A suspensão da distribuição de cheques-dentista a crianças e jovens de sete, dez e 13 anos até ao final do ano é a manchete de hoje do Público, que justifica a medida com "razões orçamentais"..Em declarações à agência Lusa, Orlando Monteiro da Silva afirmou que é "fundamental que este programa se mantenha porque é uma área que não tem alternativa nenhuma no âmbito do Serviço Nacional de Saúde no Continente"..O bastonário dos dentistas afirmou que, no caso das crianças, os cheques são distribuídos por ano letivo, pelo que, apesar de a verba para este ano civil ter acabado, em janeiro deverá ser possível alocar mais dinheiro para o programa..Assim, indicou, a "decisão radical" de suspender a distribuição de cheques-dentista será "não um cancelamento, mas uma suspensão, um adiar" dos tratamentos dentários para as crianças..O bastonário frisou que "as crianças que já têm o cheque podem continuar a ter o tratamento", estimando que com a suspensão da distribuição terão ficado por entregar cerca de 12 mil cheques..Orlando Moreira da Silva referiu que este ano o programa de cheques-dentista começou a funcionar melhor e os cheques foram "distribuídos mais cedo", acrescentando que a crise económica levou também a uma maior procura.."Por via disso, a verba esgotou mais cedo. O sucesso do programa foi, paradoxalmente, responsável pelo seu abrandamento na reta final, porque a dois meses do fim do ano já não há verba", declarou..Em novembro de 2011, mais de um milhão de portugueses tinha tido acesso a consultas de especialidade desde 2008, 600 mil dos quais só em 2011: 500 mil crianças de sete, dez e 13 anos e 100 mil grávidas, idosos e crianças com menos de seis anos..O programa foi uma iniciativa do ex-ministro da saúde do governo PS Correia de Campos.